Mari Stolfi

Há algum tempo atrás reencontrei um velho amigo, foi um encontro casual, na fila do cinema. Na hora que o vi, me passou um filme na cabeça, o abracei, conversamos, e por acaso ou não, íamos assistir o mesmo filme. Relembrando os velhos tempos, vi como eu era e o quanto mudei, talvez não tivesse essa percepção. Horas e horas conversando, dei conta que havia me esquecido de como esse velho amigo sabia de minhas manias, anseios e desejos. Ele não é detalhista, mais sabe que quando estou com vergonha escondo as mãos na manga do casaco, de como mordisco os copos plásticos, de como odeio que joguem lixo no chão, e de como fico boba e desconectada do mundo quando estou apaixonada. A questão é que talvez ele nunca tivesse me visto apaixonada antes, mais ele sabia, de alguma forma ele sabia!
Recordando com ele minha velha infância, quis voltar no tempo, era tudo tão mais fácil, era tudo tão lindo, naquela época meus olhos ainda não enxergavam a maldade dos homens, mais um dia a gente cresce, e eu vi, como todos um dia têm de ver, que o mundo não é cruel, e sim as pessoas são! Talvez isso seja nostalgia.
Termino dizendo com total certeza que eu mudei, talvez eu precisasse reencontrar esse amigo para perceber isso e para usufruir dessa mudança. Talvez eu tenha mudado por necessidade, mesmo sem tem percebido...

Obrigada mesmo velho amigo!